domingo, 9 de junho de 2013

Proliferam vários grupos de pirâmide na internet e o governo não faz nada para impedir

Nos últimos anos, impulsionado pela Internet, o fenômeno das pirâmides tornou-se uma praga nacional. Montaram-se quadrilhas de estelionatários, distribuídas por todo o país, valendo-se das facilidades das redes sociais.
Cria-se uma fumaça qualquer, monta-se o marketing virtual, juntam-se os estelionatários e armam o golpe até que a corrente estoure. Aí saltam para uma nova corrente, usando as mesmas práticas.
No ano passado, ganhou corpo a corrente chamada da TelexFree. Trata-se de um estelionato claro, nítido, no qual o produto vendido são anúncios em sites de anúncios. Ou seja, o sujeito paga uma luva para entrar no grupo. Seu trabalho é publicar anúncios online. E vender o plano (ou seja, o direito de publicar anúncios online) para outros incautos.
A única fonte de faturamento é a venda do plano  para terceiros. Os primeiros que entram são bancados pelos que entram depois – um caso clássico de pirâmide.
No final do ano, a TelexFree gabava-se de ter captado 700 mil vendedores. No primeiro trimestre deste ano, chegou a um milhão.
O caso bateu no Ministério da Justiça. Para não ter que perder tempo com esses milhares de anônimos, o Ministro encaminhou para a Secretaria de Assuntos Econômicos (SAE) do Ministério da Fazenda atestar se era pirâmide ou não.
Depois de três meses, pressionado pelas redes, a SAE concluiu que se tinha cheiro de pirâmide, gosto de pirâmide, miava feito pirâmide…. era pirâmide. O parecer da SAE caracterizou claramente um estelionato gigante, porque afetando – em apenas um dos golpes – quase um milhão de pessoas.
O caso voltou para o Ministério da Justiça. E nada foi feito.
O espaço para esse estelionato reside na falta de definições mais precisas sobre a quem compete combate-lo. A Polícia Federal diz que cabe às polícias civis; o Ministério Público Federal diz que é crime estadual; o estadual diz que, por abranger todo o país e significar a remessa de recursos para o exterior, é crime federa. Aos Procons, resta registrar os danos e nada poder fazer.
Caberia ao Ministério da Justiça juntar todos os órgãos e definir a estratégia de combate a esse golpe. Mas até agora não rendeu Jornal Nacional nem manchete nos jornais do Rio e São Paulo. Com a inação de José Eduardo, outros grupos de pirâmides surgiram, a própria TelexFree retomou suas vendas. E, a cada dia que passa, milhares de novas vítimas se juntarão às atuais.
Definitivamente, falta um Ministro na Justiça com um pingo de responsabilidade pública.
Por Luis Nassif. www.advivo.com.br

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