sexta-feira, 7 de junho de 2013

Mostre seus talentos e obtenha retornos significativos por meio deles

As empresas buscam “talentos” que sejam inovadores, proativos, resilientes, assertivos, auto motivados, cooperativos, dinâmicos, eficientes, empreendedores, flexíveis, leais, organizados, perseverantes, responsáveis, sinceros, tolerantes, versáteis e etc.
Alguns especialistas comparam a vida corporativa a uma selva por isso resolvi aproveitar essa similaridade.
Conta-se que algumas tribos na África têm uma visão da vida diferente da nossa.
Segundo suas crenças a morte é mais valorizada e importante do que o nascimento, justamente ao contrário do que acreditamos.
Mas o que os levou a pensar assim?
Os seus ancestrais diziam que quando uma criança nasce ela é como um livro com as páginas em branco, não tem história alguma. Sendo assim também não tem nada a ensinar. Já na morte, a pessoa é como um livro recheado de histórias e a qualidade e tamanho deste livro são diretamente proporcionais às realizações e conhecimentos adquiridos ao longo da vida daquela pessoa.
Mas a crença não acaba aqui. Ela diz que durante o velório e enterro, o falecido distribui seus talentos aos presentes. Sendo assim quanto mais admirada a pessoa, mais pessoas comparecem ao seu enterro para partilhar seus talentos.
Antropólogos e estudiosos dizem que este comportamento tem origem antropofágica. Para esclarecer, antropofagia é o ato de consumir uma parte, ou várias partes da totalidade de um ser humano. O sentido etimológico original da palavra “antropófago” (do grego anthropos, “homem” e phagein, “comer”) foi sendo substituído pelo uso comum, que designa o caso particular de canibalismo na espécie humana.
Mas não se assustem na natureza os animais carnívoros iniciam sua refeição pelas vísceras, coração, fígado e demais órgãos. Seguindo o exemplo dos animais algumas tribos de nossos ancestrais espalhadas pelo mundo passaram a acreditar que consumindo alguns dos órgãos do animal caçado, este incorporaria um talento desejado daquele animal, por exemplo, a velocidade do cervo, a esperteza do macaco ou até a força de um felino.
Passados milhares de anos de evolução, algumas tribos mantiveram esta crença, mas de forma espiritual, onde simbolicamente recebem os talentos daquele que admiravam.
Mas por que deveríamos esperar uma pessoa morrer para receber seus talentos? Por que não podemos aprender com ela em vida?
Pelas minhas observações isso acontece devido à síndrome do homem aranha.
Quando meu filho mais velho tinha por volta de 5 anos, coincidentemente o mesmo ano que foi lançado no cinema o primeiro filme do homem aranha, fui pegá-lo na escola e, como todo pai politicamente correto, lhe perguntei como havia sido seu dia de aula. Ele com aquela inocente impulsividade infantil me respondeu que tinha brigado com um coleguinha que era mentiroso.
Respirei fundo, afinal quantas pessoas mentirosas conhecemos e não podemos dizer nada a elas e lhe perguntei o motivo e ele respondeu:
- Ele me disse que era o homem aranha.
Então, eu lhe respondi por que ele tinha tanta certeza que seu amiguinho não era o homem aranha e ele disse:
- Impossível, pois eu sou o homem aranha.
Conclusão: se você é o homem aranha ou mulher maravilha, tanto você como a outra pessoa pode sê-lo também, ou seja, tanto você tem razão como o outro pode ter razão.
Acredito que esta seja a origem da dificuldade das pessoas distribuírem seus talentos em vida: as pessoas ao seu redor não aceitam, pois acreditam que já possuem aquele talento, ou seja, puro misto de orgulho e ignorância.
Como você está distribuindo os seus talentos? E principalmente, você está aberto a receber o talento dos outros?
Por Roberto Recinella, especialista em Gestão do Capital Humano , formado em Coaching pela Academia Brasileira de Coaching licenciada pelo BCI – Behavioral Coaching Institute.http://www.rrecinella.com.br/

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