quinta-feira, 20 de junho de 2013

A revolução por trás dos protestos realizados atualmente no Brasil

A proposta é uma vigarice no nascedouro. Idosos e estudantes da rede pública já não pagam o transporte coletivo. Todos os usuários, inclusive universitários – muitos dos quais já estudam de graça – também não devem pagar?
Não existe almoço grátis, já dizia Milton Friedman. Se algo é de graça para você, é porque outra pessoa está pagando. Pedir por “passe livre” é querer coisas de graça à custa dos outros.
Não estou aqui defendendo empresas de ônibus ou governos incompetentes, mas o fato é que esse movimento, além de elitista e estúpido, é um pretexto para demandar mais privilégios, mais controles estatais e, no fim das contas, menos transparência e mais impostos e ineficiências.
Mas isso não é tudo. Alguns cartazes diziam querer “mudar o Brasil”. Como esses jovens pretendem “mudar o Brasil” se a maioria não arruma nem o próprio quarto?
Nenhum movimento organizado surge sem uma base intelectual para apoiá-lo e legitimá-lo, mesmo que longínqua no tempo. Na década de 1960, Herbert Marcuse, um teórico da chamada Escola de Frankfurt, notou que o proletariado industrial não mais poderia ser a classe revolucionária encarregada de acabar com o capitalismo, conforme previa o marxismo usual.
Observando que o ser humano é cheio de inseguranças e complexos reprimidos, o melhor seria utilizar-se de todos os ressentimentos e impulsos histéricos, canalizando-os para a luta contra o capitalismo. A grande sacada de Marcuse foi utilizar a psicanálise freudiana em prol da ideia marxista de revolução.
No fundo, todos, com qualquer tipo de revolta, são aceitos de bom grado, sejam eles estudantes, vândalos, marginais ou playboys. A tarefa da “vanguarda revolucionária” seria organizar insatisfações difusas para os fins políticos da revolução.
As únicas coerências exigidas: “espírito de revolta” e a capacidade de transferir para o “sistema” as culpas por suas próprias frustrações. Por isso, jovens “idealistas”, sentindo-se injustiçados e oprimidos pelo “sistema” – pois ainda estão na busca por auto-realização -, são atraídos rapidamente para esses movimentos.
No Brasil, todos os “movimentos sociais” estão nas mãos de partidos comunistas. Isso ocorreu graças à aplicação vitoriosa da doutrina de outro intelectual marxista, Antonio Gramsci, o qual pregava que a esquerda deveria conquistar a hegemonia no campo cultural antes de tomar o poder. 
O resultado da fusão de Marcuse com Gramsci? Ressentidos unidos – aparelhados por partidos comunistas – jamais serão vencidos. E o Brasil sofre e idiotiza-se de forma acelerada.
Mas nem tudo está perdido. Pouco comentada, outra manifestação, esta ocorrida no dia cinco de junho, levou quase 100 mil pessoas, católicas e evangélicas, à Esplanada dos Ministérios. Reuniram-se na capital federal para pedir, simplesmente, o cumprimento da Constituição, respeito à liberdade de imprensa, tolerância religiosa e a proteção da vida e da família tradicional. Belo exemplo.
Por Rodrigo Sias, economista pelo instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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