terça-feira, 11 de junho de 2013

A força das cidades da periferia

Canoas recebe prefeitos e representantes de 200 cidades de periferia, de 30 países, de cinco continentes para o 3º Falp. Em 2003, a Rede nasceu no Fórum Social Mundial, a partir do Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social e a Democracia Participativa.
Nessa década, o movimento das Cidades de Periferia cresceu e ganhou força. Em 2006, realizamos o primeiro Fórum Mundial em Nanterre, na periferia de Paris, na França, e em 2010, a segunda edição em Getafe, na periferia de Madri, na Espanha. Metade do mundo vive nas cidades, há uma emergência das metrópoles. Surgem megacidades, onde a periferia, com mais intensidade, vive os dilemas do crescimento. Identidade, mobilidade, segurança e mudanças climáticas são temas que estão no centro de nossas preocupações. Os problemas não são mais de uma única cidade, são metropolitanos, são uma realidade comum das cidades conurbadas.
Buscamos um novo modelo de desenvolvimento, queremos metrópoles mais democráticas, solidárias e sustentáveis. Construir uma Metrópole Democrática, pois, com a radicalização da democracia, com a democracia participativa, podemos reencantar as pessoas. Buscar na pólis o sentido da política, quebrando o ceticismo e o desencanto.
Constituir uma Metrópole Solidária, pois com a solidariedade podemos enfrentar a escassez e buscar soluções pactuadas que apontem alternativas ao modelo global. Viabilizar uma Metrópole Sustentável, pois com a sustentabilidade podemos superar os desafios da complexidade, buscando soluções inovadoras, criativas e ousadas.
Vamos elaborar uma agenda colaborativa, compartilhar propostas e soluções que possam estabelecer um novo protagonismo para a periferia. No período de dois anos, iremos organizar um Informe Mundial sobre as Cidades de Periferia, um diagnóstico sobre as regiões metropolitanas de todos os continentes, com a participação de uma rede de universidades de várias partes do mundo. Constituiremos um espaço para a troca de práticas exitosas, permitindo o intercâmbio entre gestores com um Banco de Experiências das Cidades de Periferia.
Para conduzir esses três grandes desafios, a partir da estruturação e coordenação das atividades da Rede Falp, propomos a criação de um conselho mundial de cidades de periferia, de uma comissão diretiva, com a estruturação de três secretarias: Executiva, Técnica e de Mobilização. Queremos também estabelecer uma periodicidade de três anos para o Fórum Mundial, prevendo para o primeiro semestre de 2016 a quarta edição. Com energia e disposição, vamos compartilhar soluções, esperanças e sonhos. Afinal, para nós, a periferia é o centro.
Por Jairo Jorge, Prefeito de Canoas, cidade anfitriã do 3º Falp

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